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06/07/2015

Cenário é de consumo moderado no futuro

Seminário em Caxias do Sul reuniu especialistas que detalharam a situação e as perspectivas de setores estratégicos

Por: Roberto Hunoff, de Caxias do Sul

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Depois de consumir acima da sua capacidade nos últimos anos, o brasileiro forçosamente está ingressando em nova fase, que tende a exigir mudanças nas estratégias das empresas. O recado foi dado pela economista Fabiana D'Atri, coordenadora do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, na palestra de encerramento do seminário sobre perspectivas econômicas para 2015 e 2016 realizado pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simecs) de Caxias do Sul.

Segundo ela, o crescimento do PIB médio brasileiro para os próximos quatro anos deverá ser na ordem de 2,38%, pouco mais da metade do que se previa em outras épocas. "O brasileiro se achou rico sem ser rico. Gastou bem mais do que poderia em todas as áreas."

A economista afirmou que a crise atual, ao contrário de 2009, é doméstica. Boa parte dela decorre da falta de confiança do consumidor e do investidor, mas também tem relação com a fragilidade política e com a corrupção, que parece não ter fim. "E isto não se resolverá no curto prazo", argumentou. Fabiana citou que a crise está disseminada por todas as regiões do Brasil e setores produtivos. "A retração não é exclusiva do setor automotivo, certamente o mais atingido."

De acordo com a economista, há indícios claros de agravamento no mercado de trabalho, com expectativa de a taxa de desemprego chegar a 8,2% no próximo ano e redução dos salários de admissão. "Projeta-se a perda líquida de 600 mil empregos em 2014." Segundo ela, a indústria já fez dois terços dos ajustes. A partir de agora, construção civil, serviços e comércio começam a adequar seus quadros. "É oportunidade, mesmo que dolorosa, para tentar melhorar a produtividade, um dos maiores problemas das empresas", definiu. Os juros, segundo projeções do banco, continuarão subindo, alcançando 14,25% em dezembro; a inflação baterá perto dos 9%; e o PIB cairá 1,7%.

Agricultura é a que sofre menos

A pouca interferência do poder público, restrita à liberação de recursos por meio do Plano Safra, é fator determinante para que o setor agrícola esteja em situação um pouco melhor do que as demais atividades no atual momento de crise na economia brasileira. Ainda assim, a produção de tratores para consumo interno deve baixar, em 2015, para algo próximo a 40 mil unidades, em torno de 25% a 30% inferior à média de outros anos.

 

Apesar da retração, de acordo com Rogério Vacari, diretor executivo da Agrale, é necessário que se invista de forma a atender novas características do setor, como ocorreu há 25 anos, quando o cultivo tradicional cedeu lugar ao direto. Ele assinalou que a agricultura empresarial busca cada vez mais equipamentos de maior potência e a familiar prioriza a especialização.

 

Vacari destacou que o Brasil tem, atualmente, 5 milhões de propriedades agrícolas, das quais 4,8 milhões são familiares. Destas, 3 milhões estão localizadas no Nordeste, mas com características de subsistência, que dificultam o acesso a financiamentos. "Este é o ponto a ser mudado", defendeu. Enfatizou que existem 1,8 milhão de propriedades com potencial de crédito para o Programa Mais Alimentos, das quais 600 mil na região Sul.


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