A crise econômico-financeira, que tirou o dinheiro do bolso dos brasileiros, e o aumento do dólar, que dificultou as compras no estrangeiro, estão tendo sérios reflexos nas cidades brasileiras e uruguaias que fazem fronteira e nas quais, no lado uruguaio, há lojas free shops. No lado brasileiro, sofrem os hotéis, bares, restaurantes e outros serviços cujo movimento depende dos visitantes; no Uruguai, as lojas estão desertas, sem vendas, e já despedindo funcionários. Em Rivera, fronteira com Santana do Livramento, por exemplo, só o comércio de produtos uruguaios, como roupas de lã, queijos, doce de leite, azeites e azeitonas recebe algum comprador, como a chefe de cozinha Ana Luiza Trajano, que foi experimentar os queijos uruguaios. Ela visitou o olival Olivas do Pampa, de Fernando Rotondo, em Livramento, e ficou impressionada com a produção das oliveiras. “Fiquei com vontade de comprar terras aqui e produzir azeitonas e azeites”, disse a chefe de cozinha e herdeira do Magazine Luiza.