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25/07/2016

Polêmica: Insetos e pelos de roedores em alimentos preocupam consumidores

Substâncias estão regulamentadas pela Anvisa. Na semana passada, molho de tomate foi retirado do mercado

Por: Carolina Klóss

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Recentemente, o anúncio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de que um lote de extrato de tomate da marca Heinz continha fragmentos de pelo de roedor, e por isso deveria ser retirado do mercado, deixou muita gente assustada. A surpresa, porém, não foi apenas por terem sido encontradas partes de rato, ratazana ou camundongo no alimento, mas por haver uma quantidade mínima aceitável de pelos ou fragmentos de animais pelo órgão de fiscalização em produtos vendidos no país.

No texto publicado no Diário Oficial da União, a justificativa é de que "o lote L06, com prazo de validade em 01/04/2017, excede o limite aceitável pela Anvisa de fragmento de pelo de roedor". A tolerância da Anvisa é descrita na Resolução n°14, em vigor no Brasil desde março de 2014. Segundo a agência reguladora, é considerado um item estranho qualquer material que não faça parte da composição do alimento e que possa estar associado a condições inadequadas de produção, manipulação, armazenamento ou distribuição.

Em extratos de tomate e ketchup, por exemplo, o consumidor pode ingerir fragmentos de insetos e de pelos de roedores. Neste caso, o limite é de até 10 fragmentos de insetos ou um fragmento de pelo de roedor para cada 100 gramas.

— Não acredito que posso estar comendo isso sem saber. Me espanta imaginar que existe um limite tolerável. São pedaços pequenos, que não enxergamos, mas eles estarão no nosso organismo — diz a dona de casa Marilda Franzoi Nogueira, 58 anos, dizendo que vai ficar ainda mais atenta aos rótulos e formas de armazenamento dos produtos na hora de comprá-los.

Por meio da assessoria de imprensa, a Anvisa afirma que o seu limite de tolerância está entre os mais rígidos do mundo e que o estabelecimento dos limites considera a realidade de cada produto, sua forma de extração, produção e processamento industrial. A agência ainda informa que a ocorrência de doenças por vestígios de bichos nos alimentos está relacionada com fatores como as características dos alimentos, de produção e de consumo, bem como a quantidade do alimento que é ingerida. Por isso, justifica, algumas categorias apresentam tolerância para fragmentos de pelos de roedores.

A Heinz foi procurada para se manifestar sobre o caso, mas não retornou até ontem. Nem Anvisa nem o Procon de Caxias souberam informar se o lote L06 de extrato de tomate da marca havia sido distribuído na cidade.

Quantidade de fragmentos são determinantes, avaliam médicos

Apesar de a Anvisa afirmar que o seu limite de tolerância para presença de fragmentos de pelos e insetos é muito rígido, para a infectologista caxiense Lessandra Michelin a legislação sanitária não deveria tolerar resquícios desses materiais nos alimentos e bebidas.

A especialista alerta que, dependendo do caso, esses vestígios podem agravar problemas em pessoas alérgicas, por exemplo:

— Não acredito que isso seja possível e aceitável. A quantidade ingerida faz diferença, sim, e a ingestão de metade de um fragmento já pode fazer a diferença. Uma quantidade pequena não seria capaz de desencadear uma doença, ou teríamos um surto, mas dependendo da contaminação, o leque de problemas pode ser bem grande.

Valdir Amato, também infectologista e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), explica que a contaminação por pelos de roedores pode desencadear doenças bacterianas como a salmonelose. Considerada grave, a doença pode gerar quadros de gastroenterite. Mas Amato acredita que a regulamentação de limites da Anvisa deva ser baseada em estudos e que o que é tolerável pela agência não deve trazer riscos à saúde:

— Ratos devem existir em todas as cidades brasileiras. E, se eles estão presentes, podemos estar aspirando pelos todo o tempo no ar. Não acho que há motivo para preocupação se existe esse limite.


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