A revisão tarifária extraordinária, concedida na sexta-feira pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a 58 distribuidoras brasileiras, começa a valer nesta segunda-feira. A medida resultará em um aumento nas contas de luz das três maiores concessionárias gaúchas, entre outras companhias. A elevação (efeito médio) nas tarifas da CEEE-D será de 21,9%, na RGE de 35,5% e na AES Sul de 39,5% (o maior incremento entre as distribuidoras nacionais).
O presidente do Grupo CEEE, Paulo de Tarso Pinheiro Machado, comenta que a revisão concedida pela Aneel ficou aquém do esperado pela distribuidora, que era algo entre 25% a 30%. O dirigente ressalta que a medida vem para cobrir a chamada parcela A (que incorpora os custos não gerenciáveis da concessionária), que envolve compra de energia, encargos setoriais e transmissão. Já a RGE, por nota, divulgou que com o reajuste a companhia "tem assegurado o seu equilíbrio econômico-financeiro", e a AES Sul, por sua vez, preferiu não comentar o assunto.
No total das 58 empresas, o efeito médio a ser percebido pelos consumidores é de 23,4%. O diretor da Siclo Consultoria em Energia Plinio Milano admite que os altos percentuais surpreenderam. O consultor acrescenta que era esperado que as distribuidoras da região Nordeste, que não são obrigadas a comprar energia de Itaipu (que teve um custo expressivo), tivessem um aumento menor. "Mas não se contava com os valores determinados para as companhias das regiões Sul e Sudeste", reitera Milano.
Quanto aos reajustes ordinários, que acontecem anualmente, Milano projeta que, após essa revisão feita agora pela Aneel, os valores não serão tão significativos como esses, mas ainda assim haverá um novo acréscimo nas contas de luz. O reajuste ordinário da AES Sul acontecerá em 19 de abril, o da RGE em 19 de junho e o da CEEE-D em 25 de outubro.