CIC Antônio Prado - RS
CIC Antônio Prado - RS
(54) 3293.1609

NOTÍCIAS

18/05/2015

Gás natural do Estado é o mais caro do País

Pela Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) indicam o Rio Grande do Sul como o estado em que o combustível é mais caro para o setor industrial.

Por: Jefferson Klein

Compartilhar:
A compra de gás natural, considerado um insumo fundamental para várias indústrias, é mais "salgada" para as empresas gaúchas. Levantamentos feitos pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), cujos números estão disponíveis através do site www.quantocustaogasnatural.com.br, e também pela Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) indicam o Rio Grande do Sul como o estado em que o combustível é mais caro para o setor industrial.
Conforme os dados da Firjan, a média das tarifas de gás natural cobradas da indústria no Estado, sem tributos, é de R$ 1,29 o metro cúbico, contra R$ 1,01 da média nacional. Já de acordo com outra base de comparação, fornecida pela Abrace, a tarifa média para o Rio Grande do Sul é de R$ 1,25, também sem tributo. A diferença entre as duas análises é que a da Firjan leva em conta um perfil de consumo de 50 mil metros cúbicos ao dia, enquanto a Abrace considera uma empresa modelo com o consumo de 100 mil metros cúbicos diários. A associação ainda ressalta que, com o reajuste de março, de 7,2%, a tarifa da Sulgás tornou-se a mais elevada em todo o Brasil.
A coordenadora da área de energia da Abrace, Camila Schoti, argumenta que uma das explicações para o gás natural ser mais caro no Rio Grande do Sul é o fato de o insumo ser de origem boliviana. Atualmente, o combustível importado tem um custo maior do que o nacional. Camila defende que é preciso mais transparência quanto à formatação do preço e à regulação das margens de distribuição.
Segundo a Firjan, o custo médio do gás natural para a indústria brasileira subiu 0,9% (em relação ao último levantamento feito ao final de março) após a atualização dos valores das parcelas da commodity e do transporte pelo Ministério de Minas e Energia e também do reajuste de quatro distribuidoras: Sulgás (RS), Compagas (PR), Petrobras Distribuidora (ES) e CEG-Rio (RJ).
O coordenador do grupo temático de energia da Fiergs, Edilson Deitos, diz que muitas companhias gaúchas estão reclamando do recente aumento do gás natural e da comparação com os custos verificados em outras regiões do País. O dirigente enfatiza que o Rio Grande do Sul, apesar de estar na ponta da malha brasileira de gasodutos, não deveria ser penalizado com valores maiores. Deitos sugere que deveria ser praticado um preço médio no Brasil. O integrante da Fiergs acrescenta que o Estado enfrenta outra dificuldade que é a pouca oferta do insumo. No momento, praticamente toda a capacidade de fornecimento da Sulgás já está contratada. "Com isso, não se tem uma condição de negociação de preços, e isso impacta diretamente na competitividade da indústria gaúcha", lamenta o dirigente.

De acordo com Deitos, uma esperança reside nos projetos de um terminal de gás natural liquefeito (GNL) e de uma termelétrica que serão construídos no município de Rio Grande pelo Grupo Bolognesi. Posteriormente, a ideia é que esses empreendimentos sejam acompanhados pela instalação de gasodutos entre a Metade Sul do Estado e a Região Metropolitana de Porto Alegre.

Assim, seria aberta uma alternativa para a entrada de gás no Rio Grande do Sul, que hoje é concentrada pelo gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol). Essa estrutura tem capacidade para levar ao Estado até 2,8 milhões de metros cúbicos de gás natural ao dia. Deitos recorda que outras iniciativas que podem representar um acréscimo de geração, futuramente, são projetos de gaseificação do carvão mineral.
Os valores apresentados pela Sulgás quanto ao custo do gás natural no Rio Grande do Sul diferem em larga escala dos da Firjan e da Abrace. Em nota, a distribuidora informa que o preço médio de venda no mês de abril para o setor industrial foi de R$ 1,093 o metro cúbico, sem impostos.
"O valor que estamos informando é a média de todos os clientes do segmento industrial, considerando os diferentes preços que são praticados dependendo da aplicação feita por cada indústria (uso térmico, cogeração, geração na ponta, climatização, matéria-prima), do modal de transporte utilizado e do volume consumido", ressalta o texto.
Porém, o site oficial da empresa apresenta, dentro da tabela de custos (que varia de acordo com o volume consumido), a faixa mais baixa como de R$ 1,13 o metro cúbico, ou seja, bastante acima do valor médio mencionado pela própria empresa, que é de R$ 1,093, em média.
A reportagem do Jornal do Comércio tentou entrevistar algum dirigente ou porta-voz da companhia para esclarecer os números distintos, mas a distribuidora preferiu se manifestar apenas por escrito.
Conforme a nota repassada pela empresa, a Sulgás desconhece a metodologia utilizada pela Abrace e Firjan e não foi consultada para embasar tais estudos. "A Sulgás não reconhece a informação de que possui os preços mais elevados do País, visto que o valor atribuído à Sulgás não corresponde à realidade da companhia", sustenta a nota do grupo.


ATENDIMENTO
(54) 3293.1609
cicaprado@cicaprado.com.br
ONDE ESTAMOS
Av. Valdomiro Bocchese, 955 - Conj 302 | CEP:95250-000 | Antônio Prado | RS
CIC Antônio Prado - ©2015 - Todos os direitos reservados
Webde, Web for Business

A CIC Antônio Prado possui uma Política de Segurança da Informação de forma a atender aos requisitos da Lei 13.709 - Lei Geral de Proteção de Dados, garantindo proteção à sua visita ao nosso site. Nosso acordo de privacidade está disponível para sua leitura. Ler Acordo de Privacidade.