A notícia da escolha do Distrito de Vila Oliva, em Caxias do Sul, para a implantação do novo aeroporto regional da Serra não foi bem recebida pelos dirigentes da Associação das Entidades Representativas da Classe Empresarial da Serra Gaúcha (CICS Serra). O motivo não foi apenas o fato do local defendido pela entidade – Monte Bérico, em Farroupilha – não ter recebido a preferência do Governo do Estado, mas a forma como o anúncio foi realizado.
Cabe destacar que no mesmo dia em que uma comitiva de lideranças dos municípios abrangidos pela CICS Serra (Antônio Prado, Bento Gonçalves, Carlos Barbosa, Casca, Farroupilha, Garibaldi, Guaporé, Nova Prata, Serafina Corrêa e Veranópolis) participava, no Distrito Federal, de uma audiência pública com deputados federais com o intuito de sanar divergências técnicas e demonstrar a ausência do estudo de viabilidade econômica, o executivo estadual reunia lideranças políticas, em seu gabinete, para tornar pública sua decisão.
A CICS Serra respeita a decisão governamental, pois que não é seu papel insurgir-se contra posições decididas, mesmo porque se tem consciência de que essa decisão competia exclusivamente ao Governo do Estado. Contudo, a insatisfação da Entidade recai na ausência de informações importantes à tomada de decisão, tais como o estudo de demanda e a viabilidade econômica do empreendimento aeroportuário, dos quais não se teve notícias, por mais que solicitados reiteradas vezes aos Órgãos técnicos estaduais.
A defesa da instalação do aeroporto no Distrito de Monte Bérico, em Farroupilha, não era a luta apenas de uma comunidade, mas sim de toda uma sociedade envolvida com o tão esperado projeto de desenvolvimento social e econômico da região como reconhecimento ao papel que desempenha no crescimento do Estado, com reflexos substanciais no desempenho produtivo empresarial e no aumento das receitas públicas.
Comprometida com os interesses da sociedade regional, desde sua criação, a CICS Serra sempre atuou no sentido de auxiliar as autoridades públicas através da apresentação de sugestões e informações técnicas complementares, assim como suscitar discussões que resultassem no completo levantamento de informações com o intuito de demonstrar que a preferência por Monte Bérico estava baseada em uma série de argumentos que, contrapostos aos de Vila Oliva, poderiam trazer maiores benefícios à região. Contudo, sem êxito nosso propósito, eis que dada forte tendência pela escolha de outra área acabou pondo a margem dados importantes quanto à identificação da modalidade de aeroporto que a região e o estado necessitariam para atingir seus reais objetivos.
Entretanto, passado este acontecimento, ainda temos muitos outros compromissos para o desenvolvimento da região. Esperamos ser ouvidos em outras importantes demandas que há anos diminuem a competitividade de nossas empresas, refletindo no potencial econômico da região com severos prejuízos a todos, indistintamente, motivada principalmente pelas condições das estradas que servem a região, que de muito estão obsoletas e sem manutenção, cujo resultado inexoravelmente acumula prejuízos ao setor produtivo responsável pela geração de emprego e renda, temas esses que aliados a pesada carga tributária, ao alto custo da energia elétrica, dentre outros, continuam sendo pauta das nossas agendas, e buscamos nos órgãos Governamentais o aliado para a solução de todas essas demandas.
Assim, como o próprio Governo do Estado, que deseja o Rio Grande de volta à lista dos estados mais desenvolvidos do país, nossa entidade, apoiada pelos poderes constituídos e empresários das cidades representadas, continuará trabalhando para dar a esta região a atenção merecida em razão da sua importância.