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02/06/2015

Retomada econômica começa no final do ano

Vice-presidente da Marcopolo afirma que uma das consequências mais preocupantes do ajuste fiscal é o desemprego

Por: Roberto Hunoff, de Caxias do Sul

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 Mesmo reconhecendo que as medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo federal são impopulares e duras, devendo causar prejuízos ao setor produtivo e aumentar o nível de desemprego, o empresário José Antonio Fernandes Martins, vice-presidente institucional da Marcopolo, as defende como necessárias para que o País retome o crescimento econômico. Mas o executivo entende que as medidas provisórias enviadas ao Congresso Nacional não serão aprovadas na sua essência em razão dos movimentos empresariais e de trabalhadores para que ajustes sejam feitos.

"As medidas provisórias serão retrabalhadas, mas o governo, em especial o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não abrirá mão de reduzir as despesas para garantir o objetivo de 1,1% de superávit do PIB neste ano. Ele está sendo obstinado, duro e radical na busca desta meta."

Na avaliação que fez sobre a situação econômica atual na reunião-almoço de ontem da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul, Martins afirmou que as medidas, mesmo que ainda não totalmente aprovadas, já começaram a surtir efeito positivo no cenário mundial. Ele destacou, por exemplo, que as agências internacionais não deverão rebaixar o grau de investimento para o Brasil, o que configura retomada da confiança. Acredita que resultados internos efetivos se manifestem a partir do último trimestre do ano.

"Até lá será preciso sobreviver por meio da redução das despesas e elevação do caixa das empresas. No curto prazo não há perspectivas de melhorias na economia", afirma.

Uma das consequências mais preocupantes deste momento econômico de dificuldades é o aumento no número de brasileiros desempregados. De acordo com José Antonio Fernandes Martins, também diretor institucional da CIC, as projeções são de alta para 8,1% na taxa de desemprego no Brasil, o que significa quase dois pontos acima dos números atuais.

O executivo também cita recentes estudos feitos por bancos, como Bradesco e Itaú, que projetam PIB negativo de até 2%. O cenário atual, nas perspectivas dos mesmos bancos, tem gerado a queima de 100 mil vagas de trabalho todos os meses.

Para o empresário, a onda de demissões que determinará também a redução de consumo ainda maior deverá resultar em recuo na inflação. Esta combinação, na sua visão, permitirá ao Banco Central alterar para baixo as taxas de juros, com reflexos na retomada dos investimentos na produção.

Mas também defende que o governo faça a sua parte, reduzindo os gastos com custeio da máquina. Para ele, não há mais espaço para elevação de impostos. "O governo precisa cortar ministérios e enxugar seu quadro de pessoal. A conta não pode ser paga somente pela sociedade." Lembrou, por exemplo, o resultado financeiro do governo de abril. Enquanto a arrecadação federal caiu 4,4%, os gastos aumentaram 3,3%.
Audiências marcadas em Brasília buscam promover alteração no texto de medidas provisórias

Na condição de presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus e do Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários, José Antonio Martins tem consolidado agenda semanal em Brasília para apresentação de reivindicações do setor de transportes.

Na semana passada, o executivo expôs ao deputado federal Leonardo Picciani (PMDB-RJ), relator da medida provisória que trata da desoneração da folha de pagamento, as dificuldades que advirão para vários segmentos produtivos, dentre eles o de transportes de cargas e passageiros, se não houver alterações no texto da proposta original.

Neste contexto, de acordo com Martins, dos 56 setores hoje beneficiados, 14 necessariamente precisam continuar com a desoneração. Todos, segundo ele, produzem de forma muito artesanal, como carrocerias de ônibus e implementos rodoviários.

A sugestão é que haja a separação para aliviar a carga previdenciária sobre as empresas que tem grande número de funcionários. Martins citou que na produção de carrocerias de ônibus, por exemplo, o custo da mão de obra varia de 22% a 25%; nas empresas operadoras do sistema de transporte, de 38% a 40%. "O conjunto do setor precisa ser beneficiado. Se desonerar a indústria ou o transportador haverá aumento no custo final da tarifa. Precisa beneficiar os dois."

O empresário também teve audiência com o vice-presidente da República, Michel Temer, para defender mudanças na proposta do Bndes de financiamento para bens de capital. A intenção do banco é financiar apenas 70% do bem para pequenas e médias empresas e 50% para as grandes, aplicando juros de 9,5% e 10% respectivamente, mantendo o prazo de amortização em seis anos com seis meses de carência.

A proposta da área empresarial é que não haja esta distinção entre as empresas. A ideia é que seja financiado 90% do bem, sendo 70% com taxas de juros de 9,5% ao ano e os 20% restantes com índices de mercado, na casa de 15,5% a 16%. De acordo com Martins, Temer expôs, por telefone, o quadro ao presidente do Bndes, Luciano Coutinho, que ficou de estudar o assunto. "Acredito em resposta favorável. Se assim for, o setor volta a decolar e Caxias do Sul será uma das cidades mais beneficiadas."

José Antonio Fernandes Martins também esteve com o ministro-chefe da Secretário-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, de quem cobrou o pagamento de dívidas que o governo tem com fabricantes de carrocerias de ônibus. Nos cálculos do empresário a dívida supera os R$ 400 milhões, dos quais R$ 172 milhões com a Marcopolo, referente a veículos entregues ainda em outubro do ano passado. "Como um governo quer manter seu grau de investimento se dá calote nos seus fornecedores internos", questionou. Martins ainda citou que o governo tem débitos com empresas da construção civil e alimentação, dentre outras.

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