Conseguir gerenciar de forma inteligente e ágil os milhares de dados que circulam diariamente por diversas plataformas, e que podem ser estratégicos para as companhias, tem feito a diferença para aumentar a competitividade. Prova disso é que os players que usam ferramentas de Big Data e Analytics nos seus processos de inovação têm 36% mais chance de superar os seus concorrentes em crescimento de renda e eficiência operacional, segundo estudo global realizado pela IBM. Foram 341 empresas ouvidas, sendo 30 delas do Brasil. "Essas ferramentas ajudam as corporações a entenderem o comportamento do consumidor e do mercado. Não dá mais para tomar decisões baseado apenas no insight de um determinado profissional", sugere o Líder de Big Data-Analytics da IBM Brasil, Sérgio Fortuna.
Cerca de 71% das organizações usam Big Data para desenvolver produtos ou serviços inovadores. As que superam seus competidores são 23% mais prováveis usuárias de ferramentas Big Data e 79% de Analytics. Além disso, 29% dos entrevistados que são identificados como leaders - que possuem cases bem-sucedidos de inovações realizadas a partir do uso destas soluções - se sobressaíram por obter informações relevantes para os negócios vindas dos consumidores. Isso porque eles são mais capazes de analisar e interpretar dados e de transformá-los em insights demandáveis.
O executivo explica que Big Data e Analytics podem dar grandes contribuições para o processo de inovação das empresas.
Na área de vendas, essas ferramentas possibilitam a análise minuciosa do perfil dos clientes que compram os produtos ou serviços. É possível entender, por exemplo, por que determinado segmento não está adquirindo os produtos ou detectar os problemas que os consumidores possam estar enfrentando no pós-compra. "Só com essas ferramentas de análise das informações é possível segmentar os dados, analisá-los e buscar soluções que façam a diferença", diz.
Os países mais maduros na adoção dessas ferramentas são os Estados Unidos e os da Europa Ocidental e Japão. No Brasil, setores como o financeiro e de telecom saltaram na frente.
Já no segmento industrial, é preciso avançar muito para que o País possa estar em linha como que está acontecendo nestes mercados mais avançados. "Vemos, lá fora, um uso muito mais maduro e intenso no processo fabril, especialmente na adoção de modelos preditivos de manutenção de equipamentos", diz Fortuna.
Um case da companhia é a BMW, que utiliza uma solução de manutenção preditiva da IBM. Sensores indicam quando é preciso fazer a manutenção dos veículos com base em dados mais precisos, como o desempenho de peças, do que a tradicional revisão por quilômetro percorrido. "Isso pode ser aplicado em várias indústrias, mas não vemos isso acontecendo ainda no Brasil, provavelmente pelas dificuldades de investimento que o setor industrial está passando", analisa.