Num ano em que suas vendas internas deverão cair na ordem de 30% sobre os volumes de 2014, para próximo a 7,7 mil unidades, a Marcopolo apresentou cinco novos modelos de ônibus, que também serão vendidos em países da América Latina. De acordo com o diretor comercial Paulo Corso, que definiu a atual crise como a pior dos últimos 40 anos, a decisão de lançar novidades objetiva ter a empresa pronta para quando o mercado reagir. "Não se sabe quando, mas as vendas irão reagir em algum momento", afirmou. Corso trabalha com a visão de que o mercado brasileiro não absorverá mais de 20 mil unidades neste ano. Para 2016, a projeção é crescer em torno de 10%.
Para Ruben Bisi, diretor do negócio ônibus da Marcopolo no Brasil, a crise atual tem características financeiras, políticas e de credibilidade. Mas acredita que o setor continuará ativo, principalmente, porque o modal rodoviário ainda tem muito potencial de crescimento no Brasil e nos países próximos. "A implantação de outros modais, como metrôs, é muito onerosa e os governos não têm recursos para investimentos. O ônibus urbano ainda tem muito espaço para se desenvolver."
As unidades da Marcopolo em Caxias do Sul estão operando com utilização próxima dos 50% da capacidade instalada. A fábrica de Ana Rech, que concentra modelos rodoviários e unidades urbanas especiais, está produzindo média diária de 16 veículos, enquanto a do bairro Planalto, com foco em micro-ônibus, em torno de 12. A Marcopolo Rio, com sede em Duque de Caxias, tem produção média de 11 ônibus urbanos para a capacidade de 40.
A Marcopolo agregou três novas opções ao seu portfólio de ônibus. O modelo Torino ganhou as versões Express, Low Entry e com motor traseiro. No segmento urbano, a novidade é o Paradiso 1350, com maior espaço para bagagens e interior mais sofisticado. A linha de ônibus intermunicipais passa a contar com o modelo Novo Ideale.