As vendas do varejo devem sofrer queda de 1,2% no terceiro trimestre de 2015 ante o segundo trimestre, segundo a projeção do Programa de Administração do Varejo da Fundação Instituto de Administração (Provar-Fia) e do Instituto Brasileiro de Executivos do Varejo (Ibevar). Na avaliação do professor Cláudio Felisoni de Angelo, a retração é esperada em razão de uma combinação de fatores negativos para o consumo. "A redução da massa de rendimentos real, redução do poder de compra diante da inflação e temor dos consumidores com o emprego afetam as projeções", diz.
A pesquisa detectou que, para o terceiro trimestre de 2015, aumentou fortemente a expectativa das famílias de maior desemprego no Brasil. Na amostra de 500 consumidores do município de São Paulo, a percepção combinada das pessoas indica que a sensação é equivalente a de uma elevação de 48,9% da taxa de desemprego, enquanto, no terceiro trimestre de 2014, essa ainda era uma preocupação menos relevante.
A redução do poder de compra da população também é notada pelo estudo. A parcela do orçamento da população que está disponível para compras sai de 11% na pesquisa do terceiro trimestre de 2014 para 6% agora. Com isso, caiu o número de consumidores dispostos a comprar em todas as categorias de produtos duráveis. As categorias, que incluíam linha branca, móveis, eletrônicos, vestuário, entre outros, estão com intenção de consumo inferior à média histórica da série que iniciou em 1999.