A situação do setor metalmecânico, no Rio Grande do Sul, é muito ruim, em consequência da crise econômico-financeira que levou à queda de encomendas. Uma grande empresa do setor de máquinas agrícolas que, em 2014, tinha 3.200 empregados, neste momento, tem apenas 1.100.
Outras estão demitindo ou baixando salários para sobreviver. "Estamos demitindo quem ganha R$ 2 mil (o custo para a empresa vai a quase R$ 4 mil) e contratando por R$ 1.000,00", informou um industrial que prefere não se identificar. Uma constatação cruel: além de obter mão de obra mais barata, tais empresas conseguem pessoal mais qualificado, diante do crescimento do desemprego.
Pequenas e médias empresas dificilmente sobreviverão a esta conjuntura. A falta de dinheiro e de perspectiva está se refletindo nos dissídios coletivos, pois os empresários de pequeno porte dizem que "não tem dinheiro sequer para repor a inflação pedida pelos trabalhadores".
Só na região de Panambi, onde existe um forte polo metalmecânico, as demissões já se aproximam de 2 mil.