O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) oficializou na última semana por meio de uma portaria publicada no Diário Oficial, o preço mínimo da uva industrial para a safra 2015-2016 nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. O documento foi publicado na quarta-feira (6) e define que o valor base será de R$ 0,78 ao quilo. Oito centavos a mais que na safra passada, quando o valor foi de R$ 0,70%, o reajuste corresponde a um aumento de 11,5%.
O valor de R$ 0,78 é determinado com base no custo de produção para a uva Isabel de 15° Babo, entretanto a portaria destaca que o preço, também aprovado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em novembro de 2015, é utilizado em operações de financiamentos e subvenção econômica, na forma de equalização de preços. Na prática o preço médio de comercialização deve ficar entre 30% e 60% (dependendo da variedade) a mais que o valor estipulado pela União.
O aumento se deve principalmente em razão das delicadas condições climáticas do último ano, que registrou períodos de muita chuva e geada, elevando as ocorrências de doenças na parreira e a utilização de insumos. De acordo com o Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Flores da Cunha e Nova Pádua e vice-coordenador da Comissão Interestadual da Uva, Olir Schiavenin, a queda da safra gerou uma menor oferta, enquanto a procura contínua semelhante.
O representante do STR comenta que a produção dessa safra deve sofrer uma redução de mais de 50% no município de Flores da Cunha. “Dos 88,3 milhões colhidos no ano passado, a previsão para esse ano ficará em 50 milhões.” A retração é esperada em todo o Estado. Em 2015 o Rio Grande do Sul produziu 702,9 milhões de quilos de uva, “confirmando-se as perdas, essa safra contará com uma produção máxima de 400 milhões de quilos,” comenta o sindicalista.