Líderes de 11 entidades de classe reunidos na última sexta-feira, 22 de novembro, em Carlos Barbosa, definiram campanha e calendário de ações para uma nova mobilização que pede melhorias drásticas e urgentes nas estradas da Serra Gaúcha. A estratégia é realizar ações simultâneas em várias cidades da região no dia 17 de janeiro para chamar a atenção de autoridades para o problema, que vem sendo alvo de lutas incessantes há mais de três anos.
Para sensibilizar população e Governo sobre o assunto, a CICs Serra definiu como mote de campanha o slogan “Chega de Promessas”, destacando, como complemento, que “Sem Estradas, a Serra para”. As duas frases estarão no entorno de uma imagem de estrada esburaca e repleta de rachaduras que foi remendada com um curativo adesivo. “Acho que a campanha evidencia bem nossa situação. É um basta. Chega de promessas e de remendos. Nós queremos estradas dignas. Queremos ter nossos filhos e profissionais circulando por essa região sem medo”, destaca o presidente da CICs Serra, Ademar Petry.
Nos últimos três anos, mobilizações encabeçadas pela entidade, com apoio de lideranças e representantes dos municípios, levaram a conquistas como o processo de federalização da RSC 470, importante via da região que comporta o tráfego intenso de automóveis e caminhões diariamente. O projeto de prolongamento da BR 448, que visa reduzir o movimento da BR 116 também foi uma das conquistas.
Em julho deste ano, o Governo do Estado assinou o Contrato de Restauração e Manutenção das Rodovias da Região da Serra (Crema/Serra), que propõe a restauração e manutenção de mais de 190 km de estradas na região da Serra Gaúcha, em um investimento de R$ 140 milhões. Quatro meses depois, as obras ainda não iniciaram. “O projeto de licitação foi cancelado três vezes e quando inicia parece ser feito em pedaços, de forma inconsistente”, afirma Petry.
A insatisfação regional aumentou após o governo anunciar um investimento emergencial para reformas em 808 km de estradas do Estado. Deste total, a Serra ficou com 20,92 km de estradas que serão reformadas. “Isso nos demonstra que a Serra parece não ser uma prioridade para o Estado”, lamenta o presidente da entidade representativa.
Até janeiro serão confeccionadas faixas, placas que as entidades associadas instalarão em suas cidades e em rodovias, realizadas ações de mobilização por meio de mídias sociais, além de uma grande mobilizaçãoem meados de janeiro. No dia, a entidade projeta a realização de mobilizações nas rodovias da Serra de forma simultânea em vários municípios, com distribuição de panfletos e abordagem aos motoristas.
“O Governo precisa compreender que a sociedade está cansada do básico. O que pagamos em impostos é muito e o retorno é mínimo, por isso o básico não contempla as reivindicações da região. Todos sabem que a administração do Estado é um problema que os gestores devem enfrentar, e o resultado disso é o que a sociedade espera pelo volume de impostos que são pagos, especialmente por toda a Serra Gaúcha, independentemente das dificuldades que engessam o Estado e da excessiva burocracia que permeia os meandros públicos, além de um corporativismo injustificado que coloca o Rio Grande do Sul no imobilismo que hoje se encontra. Não é culpa deste ou daquele Governo, mas sim de todo um planejamento que levou a sociedade Gaúcha a conviver com essas dificuldades.”, finaliza Petry.
Sobre a CICS Serra
A Associação das Entidades Representativas da Classe Empresarial da Serra Gaúcha (CICS Serra) foi fundada em 1999, com o engajamento de nove entidades da região, incluindo o Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC/BG). O objetivo da entidade é de promover o desenvolvimento na região e sensibilizar o meio político para a realização de projetos de interesse da sociedade empresarial.
Hoje, a CICS Serra é composta por 11 entidades representativas dos municípios de: Bento Gonçalves (CIC/BG); Veranópolis (ACIV); Serafina Corrêa (ACI); Carlos Barbosa (ACI); Nova Prata (CIC); Farroupilha (CICS); Garibaldi (CIC); Guaporé (CIC); Casca (ACIC); Antônio Prado (CIC); e Flores da Cunha (Centro Empresarial).